.
“Amorização” é um verbete incomum e não encontrado nos dicionários, pelo menos entre os três eletrônicos implantados no computador que uso para redigir os meus trabalhos. Entretanto, é uma palavra muito difundida entre as pessoas que querem, através do perdão e do entendimento, beneficiar-se desse sublime dom, que é o perfeito relacionamento com o mundo que as cerca.
Na realidade, essa é uma fórmula encontrada que nos permite exercitar o perdão, elemento fundamental quando buscamos o equilíbrio necessário para a verdadeira felicidade.
Sem perceber, desde a nossa vida intra-uterina, somos impregnados de “micuins”; agressões verbais involuntárias e muitas vezes ignoradas pelas pessoas que nos cercam e que desconhecem a nossa capacidade de percepção ainda no ventre materno.
A natureza nos proporciona milhões de neurônios responsáveis pela nossa memória. Da mesma forma, ela se encarrega da eliminação gradativa desses mesmos neurônios ao longo da nossa existência. Pode parecer alarmante, mas a inteligência infinita só nos priva, naturalmente, daqueles de que não precisamos, a não ser em caso de um grave acidente cerebral.
Assim, pouco depois de a mãe parir, e nos primeiros meses de vida, já perdemos parte dessa cota que nos foi oferecida. Talvez seja esta a prova maior da inteligência infinita, ao nos impedir da lembrança das agressões que sofremos durante o parto.
Os “micuins” são os pequenos resíduos que se mantêm impregnados na mente de cada um de nós, resultados das agressões e dos maus-tratos de que somos vítimas ou, ainda, marcas de um estado de insatisfação que poderá persistir ao longo da nossa vida.
Uma criança que ouve um adulto comentar que um rico jamais conseguirá entrar no céu certamente fugirá das riquezas a ela reservada tão-somente pelo medo de se queimar no fogo do inferno...
Então, passamos a culpar os nossos pais, os nossos irmãos, as pessoas que nos mostraram um deus carrasco, e tudo aquilo que nos cerca, pelas desgraças que nos envolve e por nada dar certo em nossas vidas...
De repente, aparece um vocábulo, um verbete que não se pode encontrar nos dicionários, e desvenda o nosso maior mistério: nós não sabemos amar!
Absolutamente, não aprendemos que a nossa natureza é magnífica, e que ela, sabiamente, nos permite monitorar os nossos sentimentos, ao mesmo tempo que nos dá a liberdade para excluir da nossa mente tudo aquilo que é indesejável e que nos rouba da paz...
Quando se pergunta a alguém que ama o que significa “amorização” a resposta sempre aparece no meio de um sorriso: é simples, é só ficar de bem!...
É nesse momento que descobrimos o quanto é simples ser feliz...
É só ficar de bem com a vida!...
É só não tentar fazer das pessoas, a nossa imagem e semelhança!...
É só buscar entender que cada ser humano é um indivíduo!...
Então, como numa magia, todos os “micuins” que ainda impregnavam a nossa mente vão se soltando juntamente com os neurônios de que não mais precisamos.
Quando entendemos que essa tal “amorização”, que não encontramos em nenhum dicionário, é, na realidade, o significado de uma atitude de perdão, de uma limpeza das sujidades da nossa mente, e de uma fonte do equilíbrio, passamos à experiência do amor e do perdão...
Talvez a etimologia não seja, assim, tão necessária... Ou, talvez, quem sabe, os dicionaristas algum dia incluam, no imenso universo das palavras, essa tal “amorização”...
Quem sabe, amanhã, o meu corretor de texto não sublinhe mais, “em vermelho”, esse verbete não totalmente inexistente, mas quase desconhecido...
E, abonados pelos dicionários, não tenhamos mais a vergonha de colocar em uso os sublimes dons do perdão e do amor!...
“Amorização” é um verbete incomum e não encontrado nos dicionários, pelo menos entre os três eletrônicos implantados no computador que uso para redigir os meus trabalhos. Entretanto, é uma palavra muito difundida entre as pessoas que querem, através do perdão e do entendimento, beneficiar-se desse sublime dom, que é o perfeito relacionamento com o mundo que as cerca.
Paulo J. S. Milagres
Nenhum comentário:
Postar um comentário