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Por Ione Maciel Reis Cusati
A primeira vez, li devagarinho, saboreando cada frase, cada palavra e, a cada dia, lia um pouco, relia, com pesar de chegar ao epílogo.
Paulo Milagres, como aconteceu em suas obras anteriores, narra as cenas de maneira tão real, que o leitor se sente presente ali naquela cena, como se fosse um dos personagens do conto.
Homem Solidão: - lição de vida. - de forma carinhosa, a dura realidade das mulheres que vendem seu corpo em troca de pão.
Uma realidade, como nomes fictícios, o autor enfatizou:
- Solidariedade.
- Amor ao próximo, sem interesse em recompensas.
- Noções de como cuidar e conhecer nosso corpo, dentro de uma medicina prática e moderna.
- Paulo se apegou a pequenos detalhes do poder de Deus sobre nós seres humanos, sobre os animais e plantas, que na rotina diária, estas transformações nos passam despercebidas.
- Conduzindo de maneira sutil, o enredo da vida dos personagens que criou, ele nos dá uma diretriz para sermos menos egoístas, mais solidários, menos apegos aos bens materiais.
- Paulo, Jesus o ama e lhe permitirá que continue amando e repassando ensinamentos divinos, através das páginas ditadas por Ele.
Em minha concepção religiosa, vejo a existência do homem solidão em duas hipóteses.
1ª- Quando Karla foi falar com o andarilho que lhe deu o pedaço de pão para matar a fome, eu acho que poderia ser Jesus, que se manifestou em forma humana, talvez disfarçado de mendigo, a forma que encontrou para ensinar ou dar aquela jovem nova chance de vida, para “varrer o seu terreiro”.
2ª- Seria um espírito de luz que se manifestou, e somente ela, Karla, poderia vê-lo, pela sua mediunidade, alguém que em outra vida também passou fome e quem sabe teve problemas na sociedade, com algum vício e depois se recuperou e agora volta para resgatar a dívida com esta mesma sociedade, colocando aquela jovem no caminho do bem. Só ele o via e ouvia, por isto Marieta e os outros não só não viam como também disfarçavam sua incredulidade.
Também uma 3ª hipótese, todas aquelas pessoas daquela família conviveram com o andarilho, em uma outra vida, o que explica toda aquela aproximação.
Totalmente, descartado, todos aqueles encontros terem sido fruto da imaginação, fraqueza do corpo, visões, alucinações, etc.
Sei que O Homem Solidão dá margens à imaginação, só não vou para o lado da fantasia, vou mais para a espiritualidade, que explica tudo, com lógica. Este livro me fez um bem muito grande e cada vez mais me convenço; só vale a pena fazer o bem, ajudar ao próximo, orientar as pessoas que nos procuram, principalmente, os adolescentes.
Na segunda leitura, destaquei algumas citações, que me permita copiá-las:
“cada amanhecer é um novo dia.”
“É necessário que nasçamos de novo a cada manhã.”
“Somos frutos de uma cultura que nos alicia e nos condena.”
“esquecemo-nos de que nascemos para ser felizes, ..., nascer de novo significa mudar o percurso do nosso caminho... Significa despojarmo-nos de tudo aquilo que está impedindo o verdadeiro sentido da nossa vida!”
“...não permitir que os nossos erros maculem, de alguma forma, um futuro de felicidade, que nos é ofertado a cada minuto de nossa vida!”
“A vida é o bem maior que se é ofertado a cada criação...”
“... os nossos sonhos deixam de ser sonhos quando os tornamos realidade.”
“O caminho do reencontro, que é o caminho do autoconhecimento... Na realidade, é o caminho da alma.”
“O nosso alforje é o livre-arbítrio que nos permite escolher o caminho a seguir...”
“... o invólucro da verdade reveste-nos da coragem e do destemor imprevisível.”
“...sentir-nos-emos felizes com a felicidade daqueles que beneficiamos.”
“Para o ser humano, sentir realizado a ponto de interromper uma busca, significa perder o sentido da vida.”
“Quando perdoamos aqueles que nos ofenderam, mesmo à distância, a nossa mente se esvazia de tais mágoas, permitindo que um sentimento de paz ocupe aquele mesmo espaço da nossa memória.”
“ A humildade é a chave mestra da porta da sabedoria.”
“O respeito mútuo é a base principal para um perfeito relacionamento humano.”
Assim como São Tomé (ver para crer) procurei na Bíblia, Novo Testamento – S. Marcos, Cap 5 vers. 41, “ Talita cumi” – “Menina, ordeno-te, levanta-te!” Não conhecia esta expressão bíblica e minha descoberta foi uma euforia de uma criança quando descobre as mãos.
Paulo,
Interessante, todos nós de alguma forma, temos nossas deficiências, seja física, intelectual ou moral, e o tema da CF/2006 é bem isto, da citação, “Levanta-te venha para cá e vem para o meio. É isto, Karla, uma prostituta carente, que veio para o meio e encontrou ajuda daquela família. Não sei se me fiz entender, concorda com a minha comparação?”
Parabéns mais uma vez. Continue nesta linda missão que Jesus lhe confiou.
Eu
IMRC
07-04-06
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