Não faz muito tempo, assistindo a uma reportagem da televisão, algo muito interessante me chamou à atenção quando, em entrevista ao repórter, uma senhora contava a respeito dos fatos inusitados que ocorriam durante as visitas que ela e sua família faziam a pequenas comunidades.
Apaixonados pela navegação, punham-se ao mar, talvez, não em busca de uma aventura, mas, sim, levados pela fome de um conhecimento que somente é possível quando nos colocamos frente a frente com aquilo que buscamos.
Dentre outros fatos, o que mais me marcou, foi o episódio de uma nativa que, impressionada com a beleza do filho da visitante, confidenciou-lhe o íntimo desejo: de que se lhe fosse emprestado o marido, para que ela pudesse gerar uma criança tão linda como aquela que podia ver ali...
Obviamente, a mulher não aceitou, e, usando de uma serenidade que lhe era peculiar para não ferir à interlocutora, explicou-lhe que elas faziam parte de uma cultura diferente, e que tal atitude viria de encontro aos conceitos da moral e da ética que regem a sociedade da qual ela faz parte...
São fatos assim que me levam a me apaixonar pelo ser humano.
São fatos assim que me levam a me apaixonar pelo ser humano.
Quando nos deparamos com a simploriedade das pessoas e buscamos mergulhar no mundo em que elas vivem certamente nos tornamos aptos para entendê-las de forma equitativa e despojada.
Quando nos defrontamos com situações que nos parecem caóticas e insustentáveis, é-nos necessário buscar a outra face daquilo com que deparamos, e, calmamente, um entendimento sadio daquilo que nos envolve.
As diferentes opiniões chocam-se a todo momento em todos os setores da civilização.
Questionamos a etnologia, quando nos julgamos os melhores, ao mesmo tempo que nos esquecemos de que muito perto de nós está outro pensamento, outra formação, outra cultura...
Erramos quando queremos impor os nossos costumes e mudar os comportamentos, enquanto poderíamos buscar um complemento para o nosso conhecimento através daquilo que nos é proposto diante das mais inusitadas situações.
Enquanto nos sentimos os melhores e os mais competentes, impedimo-nos de observar a mão de uma criança que se estende ao pequenino amigo, ajudando-o nos primeiros passos, para iniciá-lo na sua longa jornada.
Em minha caminhada, sempre procuro me colocar ao lado da inteligência infinita de Jesus Cristo, e, mantendo-me imerso na minha irreverência, sempre faço a mesma pergunta: “numa situação dessas, como você agiria, meu jovem?!...”
Paulo J. S. Milagres
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